5.12.12

(para a joana-mãe e ma-ti bebé pequenino)
A Ana quer
nunca ter saído
da barriga da mãe.

Cá fora está bem,
mas na barriga também
era divertido.


O coração ali à mão,
os pulmões ali ao pé,
ver como a mãe é
do lado que não se vê.


O que a Ana mais quer ser
quando for grande e crescer
é ser outra vez pequena:
não ter nada que fazer
senão ser pequena e crescer
e de vez em quando nascer
e voltar a desnascer.


poema Manuel António Pina
ilustração Ana Ventura